O despertar

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Da cama nada senti
foi um despertar de quem foi roubado
ou de quem roubou

não consigo definir as linhas certas
ou tracejar o futuro
ou, até mesmo, achar as explicações coerentes.

A incoerência que compreendo e aceito de mim mesma
O mim que é turbilhão
Que não está só…

A verdadeira predestinação é a felicidade.

Só se vive para isso
Ser feliz

Mesmo que incoerentes, loucos e vadios
Mesmo que equilibristas na corda bamba

E nessa corda bamba?
será mesmo que podemos ter pesos e medidas tão iguais?
Sustentar o tempo e o espaço afim que possamos ficar exatamente, precisamente, parados naquele ponto da corda sem qualquer oscilação?
tão l i n e a r e s?

Ou somos mesmo este mar imenso e misterioso?

Ora tranquilo
Ora arrebatador

Ora, que horas são?

Hora de ser humano?!
Aceito no mundo como a natureza toda é.
Afinal, só se pode dá frutos na hora mesma que se dá.

Fevereiro, 2015

Dói

chrysalis

Hoje me crio novamente
Essa constante criação de mim mesma.
É sempre? todo o dia? vocês que são de meus dias precisam temer não me reconhecer?
Será que eu preciso ter este mesmo medo?

Não sei, esse o risco
Perigo atravessar a rua e não saber mais quem era aquela do outro lado a quem deixei
Risco torto e desviado da existência de saber que ali na esquina pode ser o lugar que não
se volta, após ter dobrado a.

A música diz e ressoa,
ressoa e ressoa em meus ouvidos..
em minha cabeça

“Canário que muda de pena dói…..”

Meu corpo é isso hoje, dor.
Dor de músculo estendido até tremer que nem vara no vento
Dor, lateja, pulsa…
como borboleta que abra as asas após tempo gestado no casulo.

Sinto os entre ossos, os articuladores
E o sol de Recife, que ainda beira a epiderme.
Sinto o granulado entre os dentes da terra.
Tá vindo ela, povoar o sangue.
Dar nova vida

Mas ainda dói, …será que há muito que doer?

Setembro, 2014.