Hoje me crio novamente
Essa constante criação de mim mesma.
É sempre? todo o dia? vocês que são de meus dias precisam temer não me reconhecer?
Será que eu preciso ter este mesmo medo?
Não sei, esse o risco
Perigo atravessar a rua e não saber mais quem era aquela do outro lado a quem deixei
Risco torto e desviado da existência de saber que ali na esquina pode ser o lugar que não
se volta, após ter dobrado a.
A música diz e ressoa,
ressoa e ressoa em meus ouvidos..
em minha cabeça
“Canário que muda de pena dói…..”
Meu corpo é isso hoje, dor.
Dor de músculo estendido até tremer que nem vara no vento
Dor, lateja, pulsa…
como borboleta que abra as asas após tempo gestado no casulo.
Sinto os entre ossos, os articuladores
E o sol de Recife, que ainda beira a epiderme.
Sinto o granulado entre os dentes da terra.
Tá vindo ela, povoar o sangue.
Dar nova vida
Mas ainda dói, …será que há muito que doer?
Setembro, 2014.