Foi ali!
sim foi, naquele instante.
um espelho refletiu a maior verdade..
verdade?
vixe…. isso não existe
isso é crença besta
corda bamba que a gente se segura
vez ou outra
pra dar coragem pra vida.
depois, ali na varanda, se vê que verdade mesmo é “uma doença de nossas ideias”
como já disse o poeta.
já me falaram de patologia social…
não gosto de pensar nisso.
Gosto de sentir
e me perceber sem os rótulos farmacêuticos…
afinal sou esta aqui, sem qualquer roupagem fantasiosa…
eu com meus medos, meus anseios, minhas verdades…
Doa a quem doer,
veja a quem quer ver.
sou esta aqui, quer ver?
Por que decidi que de agora por diante só vou ser convidada.
Abrir a minha vida vai ser tarefa árdua.
Vou proteger-me com muito carinho…
vou me enfiar, enrolada, nessa coberta quentinha,
neste travesseiro macio.
vou ouvir a chuva solitária e ter saudades aos montes.
mas não vou correr desesperada
vou viver com calma
pra não sair tanto do script,
vez ou outra vou me entregar a uma paixão fresca.
Mas agora to de casamento marcado,
vai ter festa sem fim.
Quem quiser vir, tá convidado!
deu trabalho tecer tudo isso, vixe, suor danado.
mas a decoração tá bonita, o sabor e os sorrisos são garantidos.
A minha casa tá posta e necessita de gente empenhada,
Gente cheia de medos e anseios e verdades….
mas, a exigência é que tudo isso possa ser vivido
Sem tanta decência…mas com o sorriso de quem aceita a responsabilidade.
É, quero pessoas responsáveis!
pessoas donas de si mesmas e que queiram visitar essa minha casa.
Por que a minha casa eu levo pra tudo quanto é canto…
carrego a bichinha, as vezes pesa que nem saco de batata…
as vezes flutua, voa…
Mais é minha, e de mais ninguém…
e ela tá aberta a visitação, viu?
mas saiba que ao tratar de seu alicerce…
eu sou a única responsável.